sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A comunicação social e o Sporting

A comunicação social é um elemento essencial na vida dos clubes desportivos. Gostando-se ou não, é através dela que a maior parte dos adeptos tem contacto com o que se passa na vida da equipa que gostam. Ter uma televisão ou um jornal do clube é muito giro e até pode ser útil, mas no momento da verdade é a Record, A Bola e a O Jogo que se recorre. Por isso mesmo, é contraproducente para qualquer dirigente provocar uma ruptura  com um membro da imprensa, seja ele qual for.

O anúncio de reatar de relações entre Record e Benfica é ridículo. Havia de facto um litígio em tribunal, mas na verdade em que é que isso afectou a cumplicidade perversa entre os dois lados? O Benfica foi mal tratado? Os jornalistas de Record deixaram de ter entrevistas? Viram os pedidos de credencial recusados? Não, nunca! Na verdade, foi apenas uma maneira de evitar mais custos judiciais numa altura em que Vieira até pode agradecer mais uma campanha favorável durante as eleições, como sempre é numas eleições de um clube: o poder instalado ganha sempre.

E este início serve para quê? Para destacar que o Sporting teima em conseguir encontrar o ponto de equilíbrio da relação com a imprensa. Os tiros nos pés sucedem-se e não há qualquer sentido de respeito imposto pelos seus dirigentes ou gabinete de comunicação. Dar uma entrevista exclusiva com Vercauteren ao jornal no próprio dia em que surge a capa com uma imagem com um claro sentido tendencioso (dizer que não o fizeram é gozar com qualquer pessoas com dois de testa, sportinguista ou não) é ridículo. E mais ridículo se torna quando se percebe que é apenas mais um capítulo de um longo livro.

Não sejamos ignorantes: os jornais estão cheios de sportinguistas. Em cargos de redacção, executivos ou administrativos são vários e existem. No Record, que está agora na berra, António Magalhães e Bernardo Ribeiro entram nesse lote. O jornalismo que fazem não tem de defender o Sporting porque o profissionalismo (num sentido diferente) obriga a que façam o que for necessário para tirar o máximo proveito de cada situação. A diferença é que Alvalade não consegue provocar a sensação de que essas acções terão repercussões.

O MaisFutebol foi barrado depois da polémica de Domingos e Luís Sobral? O Público passou pelo mesmo depois da divulgação do caso dos túneis? E depois? Deu em alguma coisa? Foram actos isolados, o primeiro deles absolutamente ridículo já que a divulgação do vídeo nada teve a ver com o site, que tiveram significado nulo. Agora, mais uma vez, a UEFA decidiu abrir um inquérito por causa dos festejos de Van Wolfswinkel.

Alguém acredita que o Record não foi indirectamente culpado desta acção? Alguém duvida da importância mediática que uma manchete (especialmente deste género) tem a nível internacional? Da mesma forma que a fotografia conveniente de Jeffrén teve? O que se passa é já um aproveitamento de gozo, como alguém que cede à tentação de provocar uma polémica por gozo, mesmo que depois venha esclarecer.

Não tenho dúvida de que nada vai acontecer a Van Wolfswinkel. É um caso que até alguém sem uma ponta de conhecimento jurídico conseguiria ganhar. Além das declarações (que acaba por ser o que vale menos), há toda a sequência de fotos, fracção à frente e fracção atrás, que prova que tudo não passou de um momento conveniente.

O Sporting tem de criar uma barreira. Tem de acabar com este tratamento. Não tem de ameaçar, não tem de impedir que os jornalistas façam o seu trabalho mas tem de se fazer respeitar de forma inequívoca. Dar espaço a entrevistas exclusivas - dão muito jeito para o trabalho de lavagem cerebral que por vezes se tenta impingir - em órgãos que muito recentemente ajudaram a denegrir a imagem é ridículo. É aburso. É parvo.

No fundo, é uma questão de liderança. E se não se tem nos pontos mais importantes, por que haveria de aparecer aqui?

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sintético em Alvalade? Nunca

Os problemas no relvado no "novo" estádio não são de hoje e dificilmente alguma vez estarão definitivamente resolvidos. O problema é estrutural, de alguém que se preocupou em demasia em fazer uma coisa bonita e artística do que algo funcional, no sentido mais literal.

O estado do relvado é lastimável e há muito que entrámos num ciclo vicioso, mas nem por isso sou favorável à solução que se fala frequentemente. A instalação de um sintético resolveria o problema e diminuiria os custos de manutenção mas, mais uma vez, seria pensar pouco no sentido funcional.

Por mais estrelas ou gerações que tenham, os sintéticos são problemáticos para muitos jogadores. Seja com problemas de músculos, tendões ou ossos, há muito que a solução é mal vista por profissionais. Se o Sporting cedesse à tentação chamada sintético, estaria também definitivamente a subscrever mais problemas durante o mercado de transferências.

Izmailov estaria em Alvalade se fosse sintético? Jeffrén? Rodríguez teria vindo? Não está em causa a qualidade dos três jogadores mencionados, mas sim muitos que no futuro mostrariam outra cautela antes de assinar por um clube que lhe daria grande parte da época a jogar numa superfície artificial. Para uma equipa com muitos problemas - essencialmente financeiros - para atacar o mercado, a agravante do sintético tornaria tudo ainda mais complicado.

Vantagens? Claro que há. Poderia até ser uma vantagem desportiva, como o Spartak Moscovo para conseguir fazer, mas parece-me que a situação ainda não é insustentável para acreditar que não há mais alternativas. Para não falar de que marcaria, muito possivelmente, o adeus definitivo da selecção nacional aos jogos em Alvalade.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Para calar a conversa de vez

É incrível o burburinho que se foi criando com a proximidade do Sporting com os lugares de descida. Quem acreditava ou queria fazer tudo para potenciar essa situação, só poderia estar mal intencionado.

Felizmente, a vitória chegou já este domingo e ajuda a calar de vez com a conversa de treta que chegou a provocar notícias de classificações virtuais com a jornada a meio. E, felizmente, Beira-Mar e Moreirense não pontuaram, senão seria ainda pior.

Foram três pontos e uma vitória que valem muito mais do que isso. Contra um adversário directo, numa altura em que poucos esperavam e num jogo em que a equipa ganha confiança depois de ter segurado uma vantagem, apesar da má experiência de quinta-feira. E, agora, há um excelente input motivacional numa altura em que há dez dias até ao próximo jogo. A roçar a perfeição.

Quanto ao jogo, o golo é limpo e há razões de queixa. Da mesma forma que, num erro menos flagrante (por não ter sido golo e não se saber se seria), Van Wolfswinkel não estava em posição irregular na primeira parte.

E por agora é isto, já que tenho muitas declarações - desde quinta-feira - para actualizar na barra lateral.

Van Wolfswinkel e o jogo com o Sp. Braga

«Trabalhámos muito. Fomos algo felizes no fim, com algumas defesas do Rui Patrício, mas merecemos vencer.»

[sobre o golo anulado a Alan] «O Schaars foi empurrado por trás. Por isso não chegou à bola. Para mim é falta. Penso que foi uma boa decisão.»

[sobre a importância desta vitória] «Queremos continuar a trabalhar duro como temos feito, para melhorarmos, conseguimos mais pontos e subirmos na classificação.»

[sobre a polémica das imagens com o dedo do meio levantado, depois de ter marcado ao Genk] «Sempre que marcou beijo a mão e levanto-a no ar. Foi ilusão. Vi a fotografia, e parece que tenho o dedo do meio levantado, mas não tenho motivos para fazer isso aos adeptos. Eles são fantásticos, apoiam-nos nos bons e nos maus momentos.»

[mas qual o motivo pelo qual não festejou esse golo?] «Estávamos a atravessar um mau momento, e queríamos melhorar.»

[sobre o trabalho de Vercauteren] «É um treinador muito bom. Todos têm uma boa impressão dele. Tem uma boa ideia de futebol e começa a ver-se isso em campo.»

Elias elogia adeptos

"São adeptos maravilhosos. Na hora de cobrar... cobram, mas apoiam sempre. Temos de manter o nosso caminho, independentemente de vencer ou perder os jogos. Há que manter a capacidade de luta e entrega"

"Quando a equipa está mal eu também estou. Preciso da equipa. Trabalho o máximo possível para ajudar"

"A minha cabeça está focada no Sporting e na maneira de contribuir para tirar a equipa da situação em que se encontra. O resto é assunto para o meu pai trata" - sobre interesse do Anzhi

Vercauteren após a vitória sobre o Sp. Braga

“O futuro vai ser duro, mas temos de começar por algum lado. A ambição está aí, mas nada mudou só com uma vitória. O futuro vai ser muito trabalhoso, mas vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para tentar ir para os lugares cimeiros, nomeadamente procurar os postos de acesso à Liga dos Campeões”

“Na segunda parte, é verdade que tivemos sorte. Jogámos contra uma óptima equipa que nos criou vários problemas. Mas, na primeira, pertenceram-nos as melhores ocasiões. Ganhámos 1-0 e temos de estar satisfeitos”

“Penso que a decisão foi correcta. Mas, para mim, o árbitro tem sempre razão”

"Estamos contentes com ele [Eric Dier]. É difícil chegar de repente a este nível, mais alto, mas cumpriu. Contou com a ajuda dos companheiros e soube também auxiliar o grupo, inclusive participando no lance do golo"

"Trabalhámos durante a semana para encontrar solução para lateral direito, e tínhamos duas opções: ou criávamos uma adaptação, ou apostávamos num jovem. Havia dois jovens jogadores disponíveis, da equipa B, e a nossa escolha representa a ambição deste clube. Por que não aproveitar a equipa B e lançar jogadores com qualidade? Dier é uma opção para o futuro e esta noite aproveitou bem a oportunidade. Há muito trabalho para fazer, mas é importante para o clube que haja estas opções e que elas correspondam"

"É difícil para mim falar de um jogador só, mas reconheço que Patrício voltou a ser muito importante para nós. Simplesmente, ele está lá como parte da equipa e é assim que analiso as coisas. Capel? esteve muito bem na primeira parte, e tal como a equipa teve um segundo tempo mais difícil. Agora cabe-nos trabalhar para que ele dure os 90 minutos"

"Pedimos um grande esforço a alguns jogadores, em certas posições, e eles podem ter-se ressentido disso. Mas, por outro lado, o final foi difícil porque não tivemos confiança suficiente para acreditar que podíamos continuar a jogar da mesma forma. Quisemos proteger demasiado, e essa é uma questão também mental"

"Pranjic não era a nossa primeira ideia para aquele lugar, resultou da lesão de Izmailov. A partir daí, quis ter um jogador capaz de segurar a bola, controlar o ritmo de jogo e lançar bons passes em profundidade e foi isso que ele fez"

"Disse que ia ver a equipa técnica após o nosso jogo com o Braga. Esse nome [De Boeck] é uma hipótese, mas não é a única, sendo que vamos tomar uma decisão até final da semana"

Godinho Lopes provoca António Salvador

"Hoje temos mais um desafio em Alvalade. O Sporting recebe o Sp. Braga. Tenho uma relação pessoal com o presidente António Salvador e entendi que era interessante darmos pelo nosso museu antes de subirmos à tribuna porque os clubes são feitos com história, o futuro só existe se houver passado e o Sporting tem no seu museu uma transmissão de força em relação ao passado e que projecta o clube no futuro"

"O Sporting tem uma história grande, com 107 anos. A história constrói-se todos os dias e o Sp. Braga é um clube que nós respeitamos. O presidente António Salvador tem feito um excelente trabalho no Sp. Braga. São dois clubes com características e dimensão diferentes e, portanto, as coisas não podem ser comparadas. Num determinado momento, um destes clubes pode estar melhor no futebol e outro melhor noutra modalidade. Mas a história é feita exactamente de um conjunto de sucessos e a própria construção do futuro faz-se com vitórias"

"Desportivamente, não! Está a falar no futebol actual, mas desporto é muito mais do que isso. Temos 44 modalidades mas efectivamente, o Sporting está atrás do Sp. Braga neste momento. Mas ainda temos muito campeonato pela frente e as coisas fazem-se de resultados, com três pontos em disputa todos os jogos, mas a cultura desportiva vai muito para além do futebol"

domingo, 11 de novembro de 2012

Pereirinha acredita no Sporting

"Vivemos de resultados e a única forma de ultrapassarmos este mau momento é continuarmos a trabalhar"

"Têm de continuar a manter a mesma atitude. Até agora, mesmo sem os resultados a aparecer, têm-nos apoiado muito. Só da mesma forma conseguiremos dar a volta à situação"

A confiança de Cédric

"Claro que não estou satisfeito com a forma como as coisas têm corrido... Nasci para o futebol no Sporting e o meu sonho sempre foi representar a equipa principal. Como sportinguista sinto mais do que ninguém este mau momento"

"Vamos dar a volta por cima. No futebol por vezes passamos por momentos baixos, mas rapidamente podemos atingir o auge. A equipa vai encarreirar"

Vercauteren antevê jogo com o Genk

"Há duas coisas importantes: temos de ganhar pela ambição e vai ter de ser sempre assim jogando contra o Sp. Braga ou contra outro rival qualquer. Segundo, o jogo é importante porque sabemos que o Sp. Braga é um rival directo e é fundamental encurtar a distancia porque já há muitos pontos a separar-nos [10]"

"Temos de fazer o nosso melhor enquanto for possível porque não vale a pena mudar objectivos quando ainda há tantos pontos para discutir. No entanto, sabemos que vai ser difícil e que temos de ter muita qualidade para o conseguir"

"[Godinho Lopes] Não me prometeu nada, não falámos sobre isso. Vamos reunir na próxima semana e esse assunto até pode estar em discussão, mas a prioridade tem de ser sempre o próximo jogo"

Godinho Lopes quer calar os críticos

"O futebol faz parte do conforto necessário dos adeptos mas não é a principal referência"

"Está na hora de calar a voz daqueles que só sabem denegrir o Sporting. Acima dos nossos egos existe o clube"

"A liderança para ser assumida tem de ser construída. E constrói-se com firmeza nos bons e nos maus momentos"

Os destaques da entrevista de Vercauteren a Record

"A minha intenção é ficar o máximo de tempo possível, mas se o clube ou eu entendermos que isto não está a resultar, porquê afastar a situação? Se todos estiverem contentes no final, podemos falar no futuro, caso contrário cada um segue a sua vida. Se não estivemos contentes, vou-me embora. É simples"

"Foi o presidente que falou [primeiro] comigo"

"Fiquei feliz por ter sido o eleito entre várias alternativas para este lutar. Penso que foi uma decisão trabalhada de forma consistente. Os dirigentes do Sporting não foram contratar um treinador que não conheciam. Penso que este tipo de escolhas não se faz do nada"

"O mais importante neste processo de evolução é que os jogadores se sintam recompensados, que ganhem algo com tudo o que fazem. Neste momento é disso que sentem falta."

"A única coisa que lhes falta é aquele clique que muda tudo. Isso mudará a cara dos adeptos, fará diferença na primeira página dos jornais"

"Claro que a Champions é um objectivo para nós. Isto é o Sporting e essa é a ambição de um clube grande. Os objectivos têm de ser complicados, estarem ao mais alto nível. Prefiro que exista alguém que coloque a fasquia do que o contrário"

"O presidente pediu-me para ganhar todos os jogos e para aproveitar os jovens formados na Academia. Ganhar será sempre o principal objectivo, mas também temos de fazer transição entre a equipa A e a B"

"Antes de ir à procura de soluções para o ataque fora, tenho de observar bem aquilo que o clube tem, olhar para a equipa B. É isso que fazemos, é essa a ambição do clube."

"O mais importante é a dinâmica que se coloca em campo, a pressão sobre a bola, aquilo que vamos fazer com a bola. Temos de aprender a jogar de várias formas, em várias circunstâncias, pois isso faz-nos evoluir"

"Não acredito que esse seja o melhor caminho a seguir - de revolução. Precisamos de tempo, trabalhar arduamente em vários aspectos, mas não de uma forma fácil ou confortável. Uma revolução, nesta altura da temporada e com o que está para trás na época, não seria benéfico para a equipa. Tenho a certeza absoluta disso."

"Há quatro situações prioritárias: tecnicamente temos de aproveitar mais qualidade, e claro que isso vem com confiança. Fisicamente, precisamos de melhorar, pois há jogadores que aguentam os 90 minutos, mas há outros, também em virtude do trabalho que realizam em campo, que não conseguem chegar ao fim do jogo. Depois há um trabalho táctico importante e há ainda o factor mental"

"Quanto mais mudamos o onze, mais dúvidas temos em relação à qualidade de alguns jogadores. No entanto, isso dá-me uma noção mais real dos recursos que tenho à disposição"

"Não faz sentido  os suplentes ficarem sentados no balneário enquanto os restantes aquecem. Fazem todos parte de uma equipa e devem actuar como partes integrantes do grupo, estejam ou não convocados, sejam ou não titulares. O mais importante será sempre a equipa e não o indivíduo"

"Temos de conquistar a confiança dos jogadores, dar-lhes confiança e proporcionar-lhes aquilo que eles precisam de um treinador. Só assim podemos procurar o melhor em termos de objectivos. Não podemos passar a vida a queixar-nos das situações menos favoráveis. Isso para mim são desculpas e se eu peço aos jogadores para não arranjarem desculpas para os seus erros, eu também não o devo fazer. É a minha obrigação fazer o melhor com aquilo que tenho à minha disposição"

"Fico feliz por serem líderes, por mostrarem qualidade, mas o essencial é perceber quantos desses jogadores é que têm lugar num Sporting competitivo"

"Não existe um timing para lançar um jogador. Por vezes, apostamos num jovem e ele nunca mais sai da equipa. São coisas que acontecem, eu sei que já aconteceu aqui. Não temos de ter medo de o fazer, mas sim ajudar esses jogadores nesse momento de transição. É importante que eles sintam que mais difícil do que chegar à primeira equipa, é ficar lá."

sábado, 10 de novembro de 2012

Van Wolfswinkel explica festejo no Twitter

“Há alguns pensamentos estranhos sobre a imagem que apareceu depois do meu golo contra o Genk. Eis a minha reacção. Quando marco, beijo a mão e ponho-a no ar, num sinal dedicado às pessoas de quem mais gosto. A fotografia foi tirada num mau momento. Só isso”

“Nunca reagiria assim. Especialmente, não contra os nossos adeptos. Eles são os melhores, nos bons e nos maus momentos. Força Sporting"

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Diego Capel após empate com Genk

"Apesar de termos ficado com menos um jogador conseguimos marcar, mas este golo no fim deixa-nos mal. A equipa soube, mesmo com menos um, dar tudo, mas o adversário também jogou bem. Agora temos de pensar no próximo jogo"

"A 1.ª parte não foi boa, pois não circulámos a bola. Na 2.ª parte houve mais confiança e criámos mais ocasiões."

"Este golo deixa-nos tristes mas faltam dois jogos para conseguirmos a qualificação. Somos profissionais e há que seguir em frente. Temos jogadores com muita qualidade e merecemos mais"

Rui Patrício após empate com o Genk

"É difícil, mas só temos de levantar a cabeça. Se não o fizermos é pior. As coisas não estão a correr bem, mas temos de ser fortes e não desanimar. Somos profissionais e temos de ter força para regressar às vitórias"

"É sempre complicado sofrer golos, seja de que forma for. Infelizmente sofremos mas, como disse, só temos de dar a volta a isto"

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Vercauteren após empate com o Genk

“Sofrer um golo mesmo no fim foi mau, mas apesar de estar desiludido com o resultado, fiquei satisfeito com a forma como jogámos na segunda parte"

“Organizámos melhor o nosso jogo na segunda parte, essencialmente porque conseguimos pressionar no meio-campo do Genk. E todos os jogadores ocuparam as posições certas. Deviamos ter ganho o jogo pelo que fizemos nos segundos 45 minutos"

“Ainda é possível e vamos ter de acreditar. Estamos todos desapontados com o golo sofrido mesmo no final, mas temos de progredir e seguir em frente”

Não saber passar o meio-campo

Aproveitei a véspera do jogo com o Genk para dar uma vista de olhos no V. Setúbal-Sporting. Durante os últimos dias fui assimilando opiniões e criando um núcleo de ideias-chave consensuais. Ninguém põe em causa que a primeira parte já mostrou coisas muito positivas e que é preciso partir daí para o futuro. Vercauteren mantém sempre essa ideia, que é preciso realçar o positivo, que é a partir do positivo que se deve trabalhar.

Fui rever a primeira parte do jogo e cheguei a algumas conclusões. Nota-se que já houve trabalho nas bolas paradas ofensivas (o pormenor de Schaars a pedir para o árbitro apitar para iniciar uma movimentação num livre fez soar o sinal de alerta) e que Labyad e Jeffrén foram titulares para explorar as diagonais interiores - o marroquino faz disso mesmo a postura base. Mas parti com outro interesse: muito se tem falado da péssima construção de jogo do Sporting e da forma como Xandão e Rojo ajudam a destruir a posse de bola.

Mito? Facto? Fui ver e decidi que ia enquadrar de forma estatística todos os momentos, durante esses primeiros 45 minutos, em que a bola ultrapassou a linha do meio-campo com o Sporting em posse. Conclusão? O Sporting não sabe passar o meio-campo. Porquê? É preciso ver que o V. Setúbal esteve bem ao tentar tapar a construção com uma pressão logo na saída de Rui Patrício, mas só isso não explica tudo. O Sporting não soube movimentar a bola, não teve paciência e caiu na tentação do passe longo. Foram 20 tentativas com uma taxa de insucesso enorme. Apenas três (15%) foram parar a um jogador do Sporting que tenha conseguido manter a posse.

Como evitar isto? É preciso dinâmica. É preciso conseguir empurrar o adversário mais atrás e desequilibrar através das movimentações. Estou curioso para saber como será esta quinta-feira com o Genk. Aproveito para vos deixar os dados em bruto para que cada um possa tirar as suas próprias conclusões.

Passes curtos certos (11):
4 - Schaars
2 - Xandão, Rojo e Rinaudo
1 - Insúa

Passes curtos errados (1):
1 - Rojo

Passes longos certos (3)
1 - Rui Patrício, Rojo e Insúa

Passes longos errados (17)
5 - Xandão
3 - Rojo e Schaars
2 - Labyad
1 - Rui Patrício, Insúa, Rinaudo e Izmailov

Progressão com bola (9)
2 - Cédric, Xandão, Schaars e Izmailov
1 - Rinaudo




As escolhas de Vercauteren

Rui Patrício, Cédric, Xandão, Rojo, Insúa, Rinaudo, Schaars, Izmailov, Labyad, Jeffrén e Van Wolfswinkel entraram na história por fazerem parte do primeiro onze inicial de Franky Vercauteren como treinador do Sporting.

Foi um onze inédito - é fácil de perceber - mas qual foi o jogo com um onze mais semelhante a este até agora? Na verdade é preciso falar de três, dois de Sá Pinto e um de Oceano.

Sporting 2-1 Gil Vicente
Saíram Capel, Pranjic e Viola, entraram Jeffrén, Labyad e Schaars

Sporting 2-2 Estoril
Saíram Capel, Carrillo e Viola, entraram Jeffrén, Labyad e Schaars

Genk 2-1 Sporting
Saíram Boulahrouz, Adrien Silva e Pranjic, entraram Xandão, Izmailov e Labyad

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Bruno de Carvalho pede eleições antecipadas

Comunicado no "Por um Sporting sem complexos" no Facebook:

Este é o momento mais grave que o nosso Clube já atravessou nos seus 106 anos de história.  

Quer a nível desportivo, quer a nível financeiro, atingimos limites que colocam em causa toda a razão de existência do Sporting Clube de Portugal. 

É com muita mágoa que oiço e leio, inúmeras vezes, que o Sporting não tem solução, que temos de nos refundar e que vejo ódios a crescerem a proporções nunca antes vistos. 

A situação que atravessamos exige muita coragem e muita determinação. A leviandade com que vejo alguns comentários a serem feitos na comunicação social levam-me a não poder ficar mais calado.
No Sporting não existem contas a acertar, nem lutas de ambição pelo poder.  

Por muito que se queira passar essa ideia na comunicação social e dentro do próprio Clube, que apenas tem o intuito de destabilizar o mesmo, no Sporting existe, desde 26 de Março de 2011, um projecto alternativo, com pessoas com amor, capacidade e conhecimento para o implementar.  

Mal seria se um Clube com a grandeza do Sporting Clube de Portugal apenas vivesse com um caminho possível e sem soluções alternativas. Mal seria se isso não fosse visto como uma prova de vitalidade e força essencial de progresso. 

Por muito que custe aos nossos adversários até nisso somos diferentes.  

É esta grandeza, de mesmo estando numa situação que muitos apelidam de fatalista, termos alternativas e pessoas disponíveis para segurar o Clube, dando lhe um novo rumo, uma nova perspectiva, mais condizente com a sua situação de maior Clube desportivo de Portugal, que nos faz ter a certeza de que podemos vencer o futuro. 

Agora é altura de agir, é altura de demonstrar que acima de todos nós está o Clube. 

A equipa directiva não é a sufragada, a equipa que dava a cara ao projecto desportivo não é a mesma e por isso devemos ter a capacidade de voltar a dar voz aos sócios do Sporting para poder iniciar um novo rumo com a força e dignidade que este Clube nos merece. 

Não duvidando do valor das novas pessoas colocadas no futebol leonino, o mesmo deve estar entregue a quem perceba de futebol e possa desenvolver um projecto de futuro desportivo que os sportinguistas se identifiquem e apoiem. 

Não podemos sujeitar o Clube a mais um ano e meio de instabilidade devendo, desde já, ter a capacidade de compreender que temos de iniciar um novo ciclo aprovado pelos sócios do Sporting. 

Apenas um novo escrutínio eleitoral dará a força necessária, ao próximo presidente, para implementar as medidas fundamentais para alterar de forma substancial ,e com efeitos duradouros, o rumo que temos vivido e que não queremos mais. 

A solução até pode passar por Godinho Lopes, bastando para tal que se recandidate, com uma nova equipa e um projecto, e que o mesmo seja do agrado da maior parte dos votantes. A solução não pode é passar por nada fazer com a esperança que Vercauteren faça tudo sozinho. 

Não se entenda este meu apelo como mais do que um apelo de alguém que amando o Sporting, o vive de forma intensa e pormenorizada, conhecendo bem a realidade por dentro e por fora do Clube e da SAD.  

Havendo eleições não acredito em vitórias antecipadas, seja elas de quem forem, e por isso este meu apelo não é baseado em nenhuma crença pré-concebida. 

Não consigo é verificar mais o definhar deste Clube e não dar a voz dizendo para todos, sportinguistas e não sportinguistas, que o Sporting tem solução e que vamos voltar a ser um Clube respeitado e temido. 

Mas para tal temos de ter a grandeza pessoal e de carácter de entender e assumir que sem uma nova legitimação de poder não poderemos ambicionar o início de um novo ciclo, sustentado e estável, crucial para o nosso futuro. 

Se em regra geral os mandatos foram feitos para ser cumpridos, a inteligência humana deu nos a capacidade de reformular objectivos, de alterar caminhos e de ter a percepção constante que nem tudo o que parece é e que nem tudo o que tem um início deve sempre chegar ao fim no tempo pré definido. 

O Sporting precisa de paz, precisa de união, precisa de rumo, precisa de estabilidade e precisa de sustentabilidade. Estou 100% de acordo. Mas primeiro, para se conseguir tudo isso, o Sporting precisa de uma equipa directiva nova, coesa, com um projecto sufragado, apoiado pelos sportinguistas e de pessoas que percebam de futebol à frente do futebol.  

O Sporting exige mais, o Sporting merece mais e o Sporting precisa de mais. 

Ontem Vercauteren disse, após o jogo com o Setúbal, que os problemas do Sporting eram a falta de vitórias e a falta de tempo. E que as vitórias eram fruto de um processo que demora o seu tempo. Esta é a visão correcta de alguém que sabe o que é o desporto e que sabe o que é o futebol.  

Vamos então criar o tempo e as condições duradouras para a vitória e é por isso o meu apelo a Godinho Lopes para que convoque eleições antecipadas.

Deixemos de vez cair o cenário “dantesco” de mazelas possíveis com eleições antecipadas, pois a nossa situação desportiva e financeira só piorará se nada desta magnitude for feito. Esse gesto nunca será visto por ninguém como um acto de cobardia mas sim um acto de elevado carácter e de consciência que, por vezes, um passo atrás é fundamental para se poder dar, solidamente, 10 passos em frente. 

O Sporting deve estar acima de tudo e de todos, e é neste momento que devemos demonstrar claramente, a todos os sportinguistas, que essa é a linha que nos guia e nos orienta.  

É por isso que a convocatória, controlada, de eleições antecipadas pode ser determinante para o sucesso do novo presidente, que assim não teria de surgir “das cinzas”.  

Temo, se não for feito desta maneira, que poderá ficar tarde demais para um projecto que tenha o apoio e compreensão de todos os associados e adeptos, podendo isto criar uma cisão, ainda mais profunda, e o afastamento definitivo dos sócios que, a continuar a acontecer, poderá ser o golpe fatal para o nosso Sporting Clube de Portugal.
 
Bruno de Carvalho

É humilhante...

... assistir a mais um jogo que Rui Patrício termina a ir ao ataque contrário tentar a sua sorte. Já vai em quantas?

A primeira parte deixou, de facto, boas indicações mas foi sol de pouca dura. Este Sporting está ainda muito longe do que pode fazer e se todos os jogadores tivessem uma salto evolutivo como Jeffrén, teria sido um jogo para goleada. Labyad fez muito pouco, Schaars teve excelentes pormenores e a defesa continua a falhar - mais um golo em transição defensiva e outro que é tão difícil de explicar que nem me atrevo a dizer se estava fora-de-jogo ou não.

Por outro lado, convém não entrarmos no caminho do exagero e da análise da corrente. Temos o pior quarteto defensivo da história? Uma defesa má que dói? E tudo e mais alguma coisa? Sim, mas essa defesa tem nove golos sofridos. Não andamos a perder jogos por 3-4 ou 2-3. Está mal e pode melhorar, mas está longe de ser o que tem impedido o Sporting de ganhar. É preciso mais volume ofensivo, mais remates, mais eficácia. Porque se com 15, 16, 17 remates, só se faz um golo. Que se passe a fazer 34.

Gosto que Vercauteren assuma que ficou insatisfeito com os jogadores. Quero que os chame a atenção. Neste momento, é impensável tentar ganhar o balneário inteiro, quando há gente em fases tão diferentes. Por vezes, a melhor forma poderá mesmo manter o discurso "ou vai ou racha" e ganhar a maioria do plantel. Quem estiver com ele, dará a vida. Quem não estiver, muda! (de atitude ou de poiso).

Na quinta-feira vou lá estar.

Dixit: Jeffrén


4 de Novembro - após derrota com V. Setúbal (1-2)

"Jogámos bem melhor do que na última vez, queríamos muito ganhar. Tive uma oportunidade e marquei, mas depois tivemos outras em que falhámos. Temos de levantar a cabeça e reagir, de preferência já na quinta feira"

"Temos muita vontade de melhorar e trabalhamos nesse sentido, mas tem sido difícil. Vamos dar ainda mais para conseguir as vitórias. Eu estou bem e quero ajudar a equipa, para que as coisas melhorem"

"O treinador entrou com muita vontade de ajudar e isso é o mais importante."

domingo, 4 de novembro de 2012

O que eu espero no Bonfim...






Franky Vercauteren garante que não vai haver revolução mas antecipa algumas mudanças graduais para a sua estreia como treinador do Sporting. Não espero o mundo, mas acho que eu, como qualquer sportinguista, temos a liberdade para exigir algumas coisas que já estão perfeitamente ao alcance do belga, mesmo com apenas quatro dias de trabalho.

Posicionamento nas bolas paradas
Não é segredo nenhum que tem sido um dos calcanhares de Aquiles deste Sporting. Vercauteren saberá isso pelo que nos cantos, essencialmente aí, espero ver três pontos solucionados: um jogador definido para a entrada da área, outro no primeiro poste (não considero essencial um no segundo) e um posicionamento à zona mais correcto, mais próximo do vértice da pequena área, de forma a não acontecer o mesmo que aconteceu na Bélgica.

Posicionamento na organização ofensiva
Não quero ver o quarteto defensivo em linha, ninguém joga assim. Devemos copiar os melhores modelos e a forma mais adequada para partir para o ataque com a bola no pé e com qualidade. Como? Não é preciso grande trabalho de laboratório também. É preciso recuar Rinaudo para perto dos centrais e adiantar os dois laterais para uma zona intermédia. As linhas de passe aumentam, deixa de haver um vazio entre defesa e meio-campo e os próprios médios (Schaars e Adrien?) têm liberdade para subir em bloco e aparecer mais perto de Van Wolfswinkel.

São duas pequenas coisas, fáceis de trabalhar e que fazem uma enorme diferença no resultado total. Dão mais segurança defensiva - nas bolas paradas - e mais qualidade no ataque. Compreendo que os laterais não subam em bloco (afinal, as rotinas não estão testadas e Vercauteren quer privilegiar a segurança defensiva), mas isso não implica que não existam variantes diferentes. De resto, atitude não tem sido um problema, falta é cabeça.

Já agora, espero também o trocadilho fácil. Um bom fim. Já merecemos.

sábado, 3 de novembro de 2012

Paulo Baptista é o árbitro que...

Paulo Baptista foi nomeado para o jogo do Sporting em Setúbal contra o Vitória, a contar para a 8.ª jornada da Liga Portuguesa.

Anteriores jogos com o Sporting:
1997/1998 - Liga Portuguesa - Sporting 2-0 Chaves
1997/1998 - Liga Portuguesa - FC Porto 1-1 Sporting
1997/1998 - Liga Portuguesa - Sporting 1-1 V. Guimarães
2000/2001 - Taça de Portugal - Famalicão 1-3 Sporting
2001/2002 - Liga Portuguesa - Sporting 5-0 V. Guimarães
2001/2002 - Liga Portuguesa - Marítimo 0-2 Sporting
2003/2004 - Liga Portuguesa - Sporting 2-0 U. Leiria
2003/2004 - Liga Portuguesa - Sporting 4-0 Est. Amadora
2004/2005 - Liga Portuguesa - Sporting 0-0 Sp. Braga
2004/2005 - Liga Portuguesa - Marítimo 3-0 Sporting
2005/2006 - Liga Portuguesa - Sporting 1-0 V. Setúbal
2006/2007 - Liga Portuguesa - Beira-Mar 3-3 Sporting
2007/2008 - Liga Portuguesa - Sporting 2-2 V. Setúbal
2007/2008 - Liga Portuguesa - Académica 1-1 Sporting
2008/2009 - Liga Portuguesa - Sporting 3-1 Trofense
2008/2009 - Liga Portuguesa - Sporting 3-1 Nacional
2009/2010 - Taça de Portugal - Sporting 3-0 Penafiel
2009/2010 - Liga Portuguesa - Sporting 1-0 Leixões
2009/2010 - Taça de Portugal - FC Porto 5-2 Sporting
2010/2011 - Liga Portuguesa - Beira-Mar 1-1 Sporting
2010/2011 - Liga Portuguesa - Sporting 0-1 V. Setúbal
2011/2012 - Liga Portuguesa - P. Ferreira 2-3 Sporting
2011/2012 - Taça de Portugal - Sporting 2-2 Nacional
2011/2012 - Liga Portuguesa - Sporting 1-0 Rio Ave
2011/2012 - Taça de Portugal - Sporting 0-1 Académica
2012/2013 - Liga Portuguesa - V. Setúbal 2-1 Sporting

26 jogos, 13 vitórias, 8 empates e 5 derrotas

Este é o árbitro que:
  • marcou um penálti a favor do Sporting nas Antas mas deixou os leões a jogar com nove ao expulsar Marco Aurélio (acumulação de amarelos aos 53') e Pedro Martins (acumulação de amarelos aos 80') e mesmo assim não conseguiu fazer com que o FC Porto vencesse
  • expulsou Kenedy e assinalou um penálti que permitiria ao Sporting chegar à vantagem num Marítimo-Sporting
  • esteve no primeiro hat-trick de Liedson ao serviço do Sporting
  • anulou um golo claríssimo de Hugo Viana (assistente assinalou fora-de-jogo) em Alvalade contra o Sp. Braga. Repetição demonstra que estava cerca de um metro atrás do penúltimo defesa
  • esteve no Sporting-V. Setúbal em que os adeptos tentam fazer definitivamente a cama a José Peseiro, criticando a entrada de Beto (em vez de Pinilla) quando jogava contra dez
  • esteve no Beira-Mar-Sporting em que Buba faz hat-trick
  • assinalou uma grande penalidade de Polga sobre Zé do Gol num Sporting-Trofense em que a falta é claramente fora de área
  • esteve na primeira vitória de Domingos Paciência no campeonato
  • assinalou um atraso muito estranho de Rodríguez a Rui Patrício num P. Ferreira-Sporting
  • esteve na final da Taça de Portugal que o Sporting perdeu para a Académica
  • esteve na estreia de Vercauteren como treinador do Sporting

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Alfinetada à oposição

O Sporting aproveitou o aniversário do nascimento de José Salazar Carreira para relembrar os dez mandamentos do clube "que parecem continuar actuais". De uma forma ou de outra, este destaque e a frase a que se junta, é uma clara alfinetada à oposição interna e externa que o Sporting tem sofrido nos últimos tempos. Destaco os pontos 4 e 6 mas reproduzo na íntegra.

1.º Ostenta sempre na lapela o emblema do Sporting como afirmação concreta das tuas aspirações desportivas.
2.º Presta ao teu Clube o teu auxílio desportivo sempre que ele to exija. Seja qual for o teu mérito não tens o direito de o regatear.
3.º Quando envergares a camisola verde e branca lembra-te que a colectividade te honra, distinguindo-te como seu representante. Faz, portanto, quanto possas para merecer a distinção conferida.
4.º Nunca digas mal do que não possas fazer melhor; a crítica é fácil, mas prejudica quando imerecida e perdes o direito moral de falar se não puderes realizar aquilo que amesquinhas.
5.º Lembra-te que Directores são sete e coisas a dirigir mais de mil; exige àqueles o cumprimento do dever, mas moral e praticamente presta o teu incondicional apoio a quem trabalha para o bem de uma coisa que é tanto tua como sua.
6.º Nunca em público amesquinhes os actos de quem represente o teu Clube; roupa suja lava-se em família e o teu dever é criar em toda a parte, pelas tuas palavras e pelos teus actos, um ambiente favorável ao Sporting, enaltecendo-o.
7.º Cada novo sócio que proponhas é um elo mais que acrescentas à cadeia poderosa do Sporting; quanto mais forem os amigos
menos incomodam os inimigos.
8.º Quando o Sporting disputa em campo a vitória, o teu silêncio é um crime; nunca insultes o adversário, mas incita os teus fazendo-lhes sentir o apoio moral da tua presença.
9.º Mesmo nos transes mais dolorosos conserva inabalável a fé nos destinos do Clube. O Sporting não pode retrogradar porque por ele pulsam em todo Portugal alguns milhares de corações.
10.º Quando os homens do Sporting triunfam em qualquer competição dizes sorridente: ‘Ganhámos!’ Pelo teu procedimento justifica a palavra.

Os últimos dez canteranos do Sporting

A contratação de Franky Vercauteren e a mais que possível chamada de Pedro Mendes para o jogo com o Vitória de Setúbal levou-me a reunir informação sobre os últimos dez produtos da formação a estrearem-se pela equipa do Sporting.

1. Betinho (Alberto Alves Coelho). Chegou ao Sporting como infantil, oriundo do União de Lamas, em 2004/2005. A 14 de Dezembro de 2011 foi chamado por Domingos Paciência para o Lazio-Sporting mas não saiu do banco. Estreou-se finalmente pela mão de Ricardo Sá Pinto a 29 de Setembro de 2012 no Sporting-Estoril, entrando aos 74 minutos para o lugar de Carrillo. Já tem 36 minutos pela equipa A. Tinha 19 anos e 70 dias.

2. João Mário. O irmão de Wilson Eduardo é uma das pérolas da equipa B e jogou pela primeira vez pela equipa principal em Roma, contra a Lazio, a 14 de Dezembro de 2011. Domingos Paciência era o treinador. Entrou aos 76 minutos para o lugar de Onyewu e fez esses 14 minutos. Desde então não voltou a ser chamado.. Tinha 18 anos e 329 dias.

3. Tiago Ilori. O central nascido em Londres aproveitou a vaga de lesões na equipa principal para ser chamado por Domingos Paciência. Foi ao banco a 20 de Outubro de 2011 em Alvalade contra o Vaslui e estreou-se em campo, com a titularidade, na recepção à U. Leiria a 6 de Novembro de 2011. Tem 180 minutos pela equipa A. Tinha 18 anos e 253 dias.

4. André Martins. Saiu dos juniores e passou duas épocas entre Real, Belenenses e Pinhalnovense. Em 2011/2012 integrou o plantel e depois de ter ido três vezes ao banco, estreou-se em campo a 20 de Outubro de 2011 no Sporting-Vaslui pela mão de Domingos Paciência. Entrou aos 78 minutos para o lugar de Diego Capel. Neste momento já leva 1225 minutos pela equipa A. Tinha 21 anos e 272 dias.

5. William Carvalho. Descoberto pelo Sporting na zona de Sintra, teve a primeira e única oportunidade até agora a 3 de Abril de 2011 num V. Guimarães-Sporting, em que José Couceiro era o responsável. Entrou aos 89 minutos para o lugar de Matías Fernández. Continua a ser o único minuto que fez pelos leões. Tinha 18 anos e 361 dias.

6. Cédric Soares. Foi chamado ao banco duas vezes por Paulo Bento em 2008/2009 mas a estreia só se deu a 4 de Novembro de 2010 na Bélgica contra o Gent. Foi titular e saiu aos 58 minutos para dar lugar a Hélder Postiga, numa equipa orientada por Paulo Sérgio. Na época seguinte rodou na Académica e neste momento tem 1147 minutos pela equipa principal. Tinha 19 anos e 65 dias.

7. André Santos. Rodou no Fátima e na U. Leiria até se estrear pela mão de Paulo Sérgio a 5 de Agosto de 2010 no encontro contra o Nordsjaelland em Alvalade. Foi titular e jogou os 90 minutos. Neste momento, tem 4647 minutos pelo Sporting. Tinha 21 anos e 156 dias.

8. Carlos Saleiro. Cresceu com fama de goleador mas quando completou os escalões de formação ainda andou pelo Olivais e Moscavide, Fátima, V. Setúbal e Académica. Paulo Bento permitiu-lhe a estreia pela equipa principal a 26 de Agosto de 2009 em Florença com a Fiorentina. O avançado entrou aos 62 minutos para o lugar de Matías Fernández. Abandonou o Sporting com 2528 minutos. Tinha 23 anos e 182 dias.

9. Renato Neto. É brasileiro mas chegou ao Sporting ainda com idade de juvenil em 2007/2008. Teve a oportunidade de se estrear com Paulo Bento na última jornada do campeonato de 2008/2009, a 24 de Maio de 2009, entrando aos 86 minutos para o lugar de Derlei. Tem 484 minutos pelos leões. Tinha 17 anos e 239 dias.

10. Luis Páez. É outro estrangeiro a merecer aposta de Paulo Bento. O paraguaio chegou a empolgar e depois de ser chamado duas vezes pelo técnico, uma delas para Old Trafford, estreou-se a 18 de Dezembro de 2007 num jogo da Taça de Portugal contra o Louletano. O ponta-de-lança substituiu Purovic aos 79 minutos e até ao final da temporada - a única em que jogou pela equipa principal do Sporting - somou 105 minutos. Tinha 17 anos e 364 dias.

A vez de Pedro Mendes


Franky Vercauteren avisou que vai começar a chamar elementos da equipa B porque as exigiências derivadas das lesões assim o obrigam. Esperava-se que o fizesse de qualquer maneira mas o contexto precipitou o primeiro momento. Nesse sentido, e com as lesões de Daniel Carriço e Khalid Boulahrouz, é quase certo que Pedro Mendes será o primeiro elemento da equipa B a ser chamado pelo belga para um jogo.

Como, se viu o quinto cartão amarelo contra o Sp. Braga B e não pode actuar na Luz contra o Benfica B? O regulamento da Liga Portuguesa de Futebol Profissional é claro. No ponto d) do artigo 15.º do Regulamento de Inscrição e Participação de Equipas B na II Liga por clubes da I Liga pode ler-se que "o jogador que em representação da equipa B acumular alguma série de cartões amarelos previstas nos números 7 e 8 do artigo 164.º do Regulamento Disciplinar das competições organizadas pela LPFP, poderá constar da ficha técnica do jogo seguinte da equipa principal, sem prejuízo da sanção ser cumprida na jornada seguinte da competição em que se verificou a infracção".

Não me compete a mim avaliar se a decisão faz sentido, mas neste momento beneficia claramente o Sporting e o próprio Pedro Mendes. A vaga de lesões pede a chamada de um central e a escolha recair no jovem que já jogou pelo Real Madrid na Liga dos Campeões não prejudica a equipa B no dérbi com o Benfica na medida em que não poderia ser utilizado de qualquer forma.

Como Betinho já se estreou antes de Vercauteren, tudo indica que Pedro Mendes seja mesmo o primeiro desta nova fornada do ADN leonino que Godinho Lopes apregoa. Ainda assim, é preciso não esquecer que o primeiro treinador da equipa principal a chamar o central para um jogo foi Paulo Bento em 2008/2009. Na altura, foi chamado para o banco em três ocasiões: 2-5 com o Barcelona para a Liga dos Campeões, 2-0 ao V. Guimarães para o campeonato e 1-0 em Vila do Conde para a Taça da Liga. Com Vercauteren poderá conseguir finalmente os primeiros minutos em campo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Godinho Lopes e a caça aos bufos


A mudança de paradigma do Sporting pensado por Godinho Lopes tem um mérito inquestionável. O presidente pode até nem ser a pessoa mais indicada para o lugar mas a redução de responsáveis acaba por estar a garantir que o controlo de informação seja maior.

Luís Duque e Carlos Freitas eram responsáveis que gostavam de falar. O primeiro falava livremente e não estabelecia grandes limites, o segundo falava em off mas também não se importava de ir adiantando pormenores. Não eram os únicos. Havia demasiada gente a saber o que se passava em Alvalade e isso prejudicava. Lendo a entrevista que saiu no jornal A Bola hoje, destaquei a seguinte frase: "Posso dizer que notícias que saíram com eventuais investidores acabaram com essas possibilidades. Prejudicaram o Sporting. O estado hermético é fundamental para o futuro".

Não me interessa falar sobre o investidor, mas sim das constantes fugas de informação que ajudaram a contrariar a noção de blindagem do clube que chegámos a pensar existir com várias contratações que só foram conhecidas no próprio dia. No entanto, a conjuntura mudou e nada voltou a ser o mesmo.

Ao chamar toda a responsabilidade a si, havendo apenas um claro poder de decisão, será também mais fácil a Godinho Lopes controlar as fugas. Ontem foi notícia no jornal O Jogo que a direcção tinha terminado o contrato com a Cunha & Vaz que implicava um pagamento mensal de 2500 euros. Não conheço os contornos da decisão, mas estranhei que hoje Miguel Morgado (assessor de Godinho Lopes e dos quadros da agência de comunicação) tenha aparecido no jornal A Bola ainda nessa função.

Os "bufos" existem no Sporting e é fundamental identificá-los e chamá-los à razão ou em alternativa mostrar-lhes a porta da saída. O círculo de confiança tem de ser o mais reduzido possível e só há uma forma verdadeiramente eficaz de o conseguir: se for apenas um. O presidente do Sporting está a caminho disso ao mesmo tempo que corre um risco: a responsabilidade total sempre foi dele, mas agora as decisões - todas - também o são. Tal como Vercauteren, Godinho também terá dois/três meses para perceber se a aplicação destes métodos terá sucesso.

Dixit: Stijn Schaars


7 de Novembro - antevisão ao jogo com o Genk

"Sá Pinto era um treinador leal com os jogadores. Eu não disse que Sá Pinto não era um bom treinador, ou que não trabalhava de forma intensa. É normal sair o treinador, quando as coisas correm mal, pois não se pode despedir 20 jogadores"

"Com o Sá Pinto havia muita comunicação, era muito leal com os jogadores. Fez um bom trabalho, mas talvez precisássemos de um novo treinador, com novas ideias. Espero que agora melhoremos"

"Espero que este venha melhorar o nível e introduzir confiança. Também depende de nós, mas por vezes é preciso ajuda de fora para fazer essa mudança"

"Os primeiros 45 minutos (com o V. Setúbal) não foram tão maus. Tivemos oportunidades, mas faltou sorte. Mas sabemos o que fizemos mal. Enviámos bolas longas, não jogámos pela relva e perdemos. Amanhã queremos mais. É um jogo importante para todos: clube, jogadores e treinadores"

"Não haverá muitas diferenças. Jogámos bem mas sofremos dois golos em cantos. O fundamental agora é conseguir um bom resultado. O Genk talvez se apresente mais defensivo e temos de ter mais confiança na nossa qualidade"

"Do exterior é difícil compreender o esforço, mas estamos a trabalhar muito para mudar. Todos os dias, envolvidos como grupo, tentamos fazer o melhor possível para dar a volta por cima. Precisamos do apoio de todos os adeptos para conseguir mudar o estado das coisas"



1 de Novembro - declarações à imprensa holandesa

“Para mim é bom que o clube não tenha escolhido Van Marwijk. Falei com o meu antigo companheiro do AZ Alkmaar, Maarten Martens e ele disse-me que Vercauteren é a pessoa que precisamos”

“Não tenho nada contra o anterior treinador, Sá Pinto, mas penso que era tudo pouco intenso. A preparação foi pouco intensa e quem quer jogar futebol bonito não pode descurar isso”

Dixit: Khalid Boulahrouz


1 de Novembro - declarações à imprensa holandesa

“Penso que a saída de Sá Pinto era inevitável. Penso que este plantel precisa de alguém com mão firme e não havia isso. Vercateuren, pelo que sei, tem essa qualidade”

“Não conheço o treinador, sei apenas que já orientou o Genk e o Anderlecht. Espero que ele traga sucesso e penso que a equipa também só tem a melhorar”

“Sinto-me confortável a central. É a minha posição favorita. Penso que temos bons jogadores mas parece estranho que a equipa como um todo seja má. Mas infelizmente é isso que tem sucedido”